V olátil
U incerto (U do inglês uncertain)
C omplexo
A mbíguo
O termo não é uma novidade tão fresquinha. Vem dos anos 1990, criado no mundo pós-guerra fria e mostra que o cenário mundial que conhecíamos até então, engessado em conceitos e padrões, se dissolveu na mesma velocidade em que a tecnologia “comeu” as teorias no café da manhã.
Saindo desse cenário estável e linear, somos arrebatados por novas posturas sociais e novas formas de pensar, para acompanharmos um mundo que trocou sua indumentária sem a mínima cerimônia e nos traz uma adequação quase imperativa, se não quisermos virar peças de museu.
E como o conceito VUCA impacta líderes e gestores? De todas as maneiras, de dentro para fora, especialmente o lado de dentro. É preciso virar a chave interna de conceitos e ideias antigas, deixar para trás a soberba de uma zona de conforto altamente conveniente, olhar de frente e receber as novas propostas de evolução.
Nas empresas, a onda VUCA já chegou. Aquelas que resistem em barrá-la certamente serão arruinadas, cedo ou tarde. Pense no conceito de volatilidade e como muitas corporações estão se redesenhando a toque de caixa, para não serem engolidas por concorrentes muitas vezes até menores, em proporções numéricas, mas gigantes em seus conceitos de modernidade e conexão com o consumidor. Quem se preparou para ouvir o público e produzir algo muito mais tangível do que apenas produtos, mas uma filosofia, um estilo de vida, está quilômetros e cifras à frente de seus concorrentes.
A incerteza vem acompanhada da própria volatilidade. Com tantas mudanças acontecendo o tempo inteiro, é quase impossível estar sempre atualizado e a busca por informações se torna parte da rotina da liderança. Para manter as equipes atuantes e para que entreguem resultados compatíveis com um mercado tão mutante, é papel do líder coordenar seu time para que ele se desenvolva sempre de maneira atual e competitiva.
Dentro desse cenário é extremamente importante estar alinhado com as tendências para dar conta da complexidade de informações, dados, mudanças e fatores que desenham e ditam as regras do universo corporativo. E isso se torna quase que um jogo, onde as estratégias devem ser precisas e cada passo, minimamente desenhado para manter o cenário de pé. Uma ação errada, uma decisão imprecisa, podem trazer grandes prejuízos e consequências muito negativas.
Parece maluco? E é mesmo. Como montar um ambiente estável diante de tantos desafios? O fator ambiguidade mostra que é quase impossível planejar, seja a curto, médio ou longo prazo, pois ainda há muita falta de clareza entre os conceitos, tornando difícil ordenar uma estratégia duradoura seja em que segmento for.
No papel da liderança, o desafio é ter a sensibilidade de saber agir de acordo com o momento. Se uma empresa percebe que seus processos não acompanham as demandas externas, tem que ajustar sua cultura. Saber lidar com a volatilidade e a incerteza, buscando exatamente o seu oposto, ou seja, flexibilidade para garantir um pouco mais de estabilidade, de uma maneira mais ágil. Investir em treinamento e capacitação é essencial para o trabalho de mudança de cultura fluir sem histeria, sem desconfiança por parte do público interno e com entendimento daquilo que a empresa espera dele. Quando as pessoas sabem o motivo pelo qual desenvolvem suas funções, fazem isso com maior senso de dedicação e aumentam a produtividade.
Em último caso, sendo a mudança inevitável e a empresa precise investir em mais gente para acompanhar o cenário, buscar uma equipe multidisciplinar é o caminho. Mesclar a experiência sênior com as ideias fresquinhas das novas gerações pode ser uma solução esperta, se for bem conduzida. Cabe à liderança o entendimento dessa transição, em nome do sucesso da empresa e traçar as estratégias mais adequadas para que os conflitos geracionais sejam os menores possíveis e que todos olhem na mesma direção e no mesmo objetivo de sucesso da marca para qual trabalham.